domingo, 27 de abril de 2008

Curadorias: Espaço Arte no Café - Coletiva de Desenho

O que parte da figura (03/06/2004 à 22/06/2004)

Nico Giuliano


Flávio Gonçalves


Fernando Baddo


Adolfo Bittencourt



Coletiva de Desenho de: Adolfo Bittencourt, Fernando Baddo,Flávio Gonçalves e Nico Giuliano Professores do Instituto de Artes da UFRGS

O que parte da figura

O que parte da figura exterior de um corpo e de sua forma, ou de um aspecto? O que se torna exterioridade, o que surge como novidade, partindo-se de algo eleito como figura?
Sabe-se por definição que qualquer espaço limitado por linhas ou superfícies torna-se figura, e que uma carta de Tarô, um símbolo, uma alegoria, uma forma de linguagem podem ser interpretados como tal.
Toda imagem tem história, possui um percurso, de onde e como surgiu, e onde e no que vai se tornar. A verdade da imaginação manifesta-se neste tempo. Sobre o papel, ou outro material criam-se personagens, cujos perdem suas identidades, ou externam características próprias e únicas. Abre-se o tempo da imaginação mediante gráficos compostos por meio de linhas e sombras.
Nesta mostra observa-se o conjunto interprete sobre determinada questão de um mesmo assunto, composto por quatro visões que diferem sobre um mesmo tema, o que parte da figura. Fernando Baddo, utiliza-se de personagens em cenas corriqueiras, os quais referem-se à influência do inconsciente surrealista. Seus desenhos ou o que surge deles, servem de intermediários entre o que estava escondido num passado e o que será revelado no futuro ao artista, quando esses desenhos passarem de instrumento à obras tridimensionais. Descobrir o mistério de cada obra, e de cada pessoa é permitido a qualquer um que se permita fugir por um segundo da razão pura, e questionando busque um porque além dos sentidos tradicionais. Instigante se torna interpretar formas como as propostas por Nico Giuliano através de seus personagens. Homens-sombra repetidos, labirintos de suas próprias imagens. Existe certamente uma semelhança entre tais personagens e nós Homens (nos esbarramos uns com os outros atônitos e despersonalizados na correria diária).
Na medida em que se busca o hábito de interpretar, se aprende com ele a observar nos entre espaços. A ler sombras, a decifrar o gesto expressivo contido numa superfície arranhada, ou numa superfície manchada, conforme presenciamos nos desenhos de Flávio Gonçalves e no tríptico de Adolfo Bittencourt, o qual, através do esfumaçamento, do risco com pedra, ou do manchar resinado, compõem imagens com grande teor espiritual, dando movimento a estas através da forma como foram projetadas.
Mediante a variedade desta mostra e das diferenças que se constrói sobre um mesmo assunto, entre pessoas que contém afinidades, características, e oportunidades afins deixo o tempo falar por mim e guardo na lembrança as imagens que traduzem um pouquinho de cada artista em mim.

Texto & Curadoria de: Fernanda Aiub Branchelli

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