terça-feira, 29 de abril de 2008
Fotografia de Fernanda Branchelli
Dragão de Fogo
Aurora
s/título
Céu em Laguna
Peruibe
Pássaro e Casal
Nuit
s/ título
Na Estrada
Campos de Eldorado
s/título
Viajando no Sul
Big Aple
Pés e Gramado
Casa dos Sonhos
Em Registro
Tucuruvi - Tremembé
Sol em POA
Luzes na Cidade de SP
Luzes na Cidade de SP II
Objetuais
Objetuais II
Exposição Japonesa
Gonzaga
Adolfo Bittencourt
Joel Durer
Heloisa Fortes
Fernando da Luz
Fernando Baddo
Onélia Nogaret
Nico Giuliano
Carla Rigotti
Sérgio Pimentel
Angelica Gross
A pedra esculpida se une ao material fundido, uma garra surge. A madeira trabalhada mescla-se com o ferro, desta união nasce um inseto. Pintam ou modelam nosso passado com fossilidade, através de répteis azul-acinzentados - rosados.
A serragem modelada sugere monstros do passado, dinossauros e outros tantos ssauros. Com carvão se riscou em cavernas, com ele desenha-se atualmente em telas, surgem pássaros primitivos que emergem contemporâneos.
Entre a solda de um ferro, a fundição de um bronze, e o uso que se faz da madeira criam-se novos seres, estes coabitam no espaço com o homem - entre vegetais, ossos e ferramentas, entre a concepção, a origem e o que resta de uma ossada.
Reconstruir o tempo, a terra, seus seres e seus olhares, é ressaltar as transformações que nas entranhas do ser estranha impressão habitou. É recriar uma trilha, é redescobrir a vida, como surgiu e o seu lugar na história, é criar uma informação. Dentro deste universo criativo que se vivencia esta mostra.
Aborda-se a arte como a execução prática de uma idéia - um artifício – neste projeto de co-curadoria entre as áreas que “recriam a vida” - a paleontologia através da veracidade dos fatos e as artes plásticas mediante a criatividade.
Optou-se pela seleção de artistas que priorizam a linguagem plástica como expressão e cujas obras são as mensagens principais. Definiram-se obras em cujas propostas de pesquisa plástica dos artistas remetessem primeiramente ao Período Triássico (onde se encontram os dinossauros que conviveram com tartarugas, répteis, aves, e os primeiros mamíferos), ainda que indiretamente.
Considerou-se também a vida vegetal existente, e que tais seres coabitavam com outros da era Paleozóica e período Pré-cambriano. E por fim a importância de colocar o surgimento da espécie humana como elo que une homem, arte e paleontologia.
A arte nesta mostra apresenta-se como uma “paleontografia” onde descreve através da plástica o tempo - o passado e as relações com o presente -, um universo novo criado a partir de nossas origens, composto de formas que expressam leituras particulares da vida ao mundo exterior.
Fernanda Aiub Branchelli
Curadora da Mostra
Bacharel em Artes Plásticas - UFRGS Habilitação em Escultura e História, Teoria e Crítica de Arte.
domingo, 27 de abril de 2008
Curadorias: Espaço Arte no Café - Coletiva de Desenho
Nico Giuliano
Flávio Gonçalves
Fernando Baddo
Adolfo Bittencourt
Coletiva de Desenho de: Adolfo Bittencourt, Fernando Baddo,Flávio Gonçalves e Nico Giuliano Professores do Instituto de Artes da UFRGS
O que parte da figura
O que parte da figura exterior de um corpo e de sua forma, ou de um aspecto? O que se torna exterioridade, o que surge como novidade, partindo-se de algo eleito como figura?
Sabe-se por definição que qualquer espaço limitado por linhas ou superfícies torna-se figura, e que uma carta de Tarô, um símbolo, uma alegoria, uma forma de linguagem podem ser interpretados como tal.
Toda imagem tem história, possui um percurso, de onde e como surgiu, e onde e no que vai se tornar. A verdade da imaginação manifesta-se neste tempo. Sobre o papel, ou outro material criam-se personagens, cujos perdem suas identidades, ou externam características próprias e únicas. Abre-se o tempo da imaginação mediante gráficos compostos por meio de linhas e sombras.
Nesta mostra observa-se o conjunto interprete sobre determinada questão de um mesmo assunto, composto por quatro visões que diferem sobre um mesmo tema, o que parte da figura. Fernando Baddo, utiliza-se de personagens em cenas corriqueiras, os quais referem-se à influência do inconsciente surrealista. Seus desenhos ou o que surge deles, servem de intermediários entre o que estava escondido num passado e o que será revelado no futuro ao artista, quando esses desenhos passarem de instrumento à obras tridimensionais. Descobrir o mistério de cada obra, e de cada pessoa é permitido a qualquer um que se permita fugir por um segundo da razão pura, e questionando busque um porque além dos sentidos tradicionais. Instigante se torna interpretar formas como as propostas por Nico Giuliano através de seus personagens. Homens-sombra repetidos, labirintos de suas próprias imagens. Existe certamente uma semelhança entre tais personagens e nós Homens (nos esbarramos uns com os outros atônitos e despersonalizados na correria diária).
Na medida em que se busca o hábito de interpretar, se aprende com ele a observar nos entre espaços. A ler sombras, a decifrar o gesto expressivo contido numa superfície arranhada, ou numa superfície manchada, conforme presenciamos nos desenhos de Flávio Gonçalves e no tríptico de Adolfo Bittencourt, o qual, através do esfumaçamento, do risco com pedra, ou do manchar resinado, compõem imagens com grande teor espiritual, dando movimento a estas através da forma como foram projetadas.
Mediante a variedade desta mostra e das diferenças que se constrói sobre um mesmo assunto, entre pessoas que contém afinidades, características, e oportunidades afins deixo o tempo falar por mim e guardo na lembrança as imagens que traduzem um pouquinho de cada artista em mim.
Texto & Curadoria de: Fernanda Aiub Branchelli
Curadorias: Espaço Arte no Café - Fernando da Luz
Pinturas de: Fernando da Luz
Arquiteto
O tempo na construção
Nos resquícios arquitetônicos destas pinturas encontra-se um signo, um réptil cuja imagem transcende ao período atual. Este elemento é capaz de transportar o observador a um mundo primitivo, ao presente momento, e também ao mundo livre da imaginação. O fossilismo (no sentido de apego) do artista a tal elemento - o réptil - propõe tal animal como parte principal da elaboração de suas obras atuais. O vínculo com a arquitetura acompanha a trajetória artística de Fernando da Luz, também como professor. No início, ele criava com elementos rebuscados da arquitetura, hoje, após repensar sua construção pictórica, opta por suavizar tais características em suas telas. Suas novas criações possuem detalhes, resquícios de suas antigas arquiteturas acrescentadas do réptil atemporal que persiste em sua trajetória. O espectador é fisgado pelo olhar do artista que elege o ângulo exato para compor os elementos que constituem suas telas. Olhar transposto nas imagens das pinturas. O observador capta através dos detalhes destas representações a importância ressaltada do réptil na produção atual de Fernando, e o quanto os elementos da arquitetura vão tornando-se mais sutis para ele. O animal vence o mundo do concreto, frio e pesado. O fóssil do ontem, hoje sugere a vida, e amanhã nessas telas deixará sua história. Tais obras transportam a um tempo que necessita ou mantém uma relação intensa com a arqueologia, um tempo de descoberta, de decifrar, de buscar o que transcende a um período específico simplesmente. Libertando-nos a imaginar o enigma deste estranho animal, e o que ele representa para a pessoa de Fernando.
Texto & Curadoria de:Fernanda Aiub Branchelli
Curadorias: Espaço Arte no Café -
Alunos do Instituto de Artes –UFRGS
Professor: Luiz Eduardo Robson Achutti
Organização: Mônica Benedetti & Fernanda Filippin
O Primeiro Foco Linguagens da fotografia em P&B
Ainda lembro-me da primeira aula prática de fotografia em preto e branco. Já fazem alguns anos...Hoje, escrevendo sobre a exposição de meus colegas do Instituto de Artes da UFRGS, estou, aqui, homenageando ao professor Luiz Eduardo Robinson Achutti, que me ensinou como fazer fotografia, para o resto da minha vida. Compartilho com vocês, neste texto de fatos pertinentes à minha “descoberta da fotografia” acreditando, que tais fatos se revelaram à meus colegas durante este semestre, também.
Na cadeira de fotografia l, vi o quão gratificante é perceber que em 4 meses somos capazes de operar uma máquina fotográfica manual (sem recursos eletrônicos), de revelar nossos próprios filmes no laboratório, de ampliar nossas cópias, e de visualizar, eternizado, nosso olhar, em um instante. Este semestre me foi mágico, e acredito que esta magia faça parte, neste momento, de meus colegas. Sabemos, hoje, ser capazes de repetir, eternamente este ritual. Assim como aprendemos a andar.
Depois que descobrimos a química da fotografia, o foco de um “novo olhar” através das lentes da câmera fotográfica, o jogo de contrastes, único, existente na fotografia em preto e branco, nos entregamos, apaixonados, a este “novo olhar”, apreendendo os detalhes significantes de nossa individualidade. Revelando aos outros, nossas escolhas, nossos interesses, nossas características, nossa arte.
Olhando este ambiente, percebo que minhas palavras se fazem verdade. Que o primeiro foco está aqui, diante de nossos olhos, lembrando-nos de que há sempre algo especial a retratar.
Texto de:Fernanda Aiub Branchelli
Alunos
LUCIANE GREVE
VÍCTOR CARVALHO GROSMAN
PRÍSCILA SILVA DE ABREU
VÍVIAN CLARISSA MACHADO MORAES
MÔNICA BENEDETTI DOS SANTOS
CARMEM ÍSIS S.KRAUSPENHAR
CAROLINA HERRMANN COELHO DE SOUZA
REBECA CALHEIROS DE NOVAIS PLECH
ANELISE DOS SANTOS GUTTERRES
ALEXANDRE GUAZINA LOPES
GIOVANA ELLWANGER
PAULA COSTALUNGA LIMA
DENISE VON DER HEYDE LAMBERTS
LUÍS FERNANDO VICENTE SILVA
ROSIMARI GGONÇALVES FANTINELLI
SUZANA LOPES FONTOURA
GRAZIELA SEGANFREDO
JANAÍNA HARTZ ALVEZ
JOÃO DALLA ROSA JÚNIOR
CLÁUDIO BITTENCOURT DA SILVA
MARIA ISABEL ASO RUBIO CALDANA
ALINE HENRIQSON TEIXEIRA
ELIZETE SILVA ARMANDO
VALESCA TORRES ACKERMANN
NAURA SARTORI
FERNANDA FILIPPIN
ANA LOPES FONTOURA
MARCO AURÉLIO TESSLER
Curadorias: Espaço Arte no Café - Lizângela Torres
Referências do Olhar ( 27/05/2003 à 21/06/2003 )
Lizângela Torres: Artista Plástica Graduada pelo Instituto de Artes – UFRGS
Bacharel em Pintura e Fotografia
Refiro-me a um olhar feminino sobre mulheres, um olhar de retrato, o detalhe de um instante muitas vezes surpreso com aonde ele vai.
Lizângela Torres, entre manchas e marcas, pinta e sobrepõe matéria plástica às suas telas, interrompendo-as ao perceber que nelas resta apenas o principal: a força de um olhar. O gesto de sobrepor, pintar e esconder, manchar e tornar fora de foco grande parte de suas telas faz lembrar o expressionismo.
Através do bacharelado de fotografia, a artista vem manifestando na atual produção pictórica um novo enfoque; o que antes eram retratos de figura humana que chegavam a medir aproximadamente 6.00m x 2.80m, hoje se torna detalhe, onde olhares se expandem, extrapolando o enquadramento do bastidor, observando aos que observam.
A pesquisa em andamento surge na medida em que o olhar da artista acompanha mudanças do modo de construir um novo universo, através das lentes de sua máquina fotográfica, não interrompendo sua busca do fazer artístico, o que é um reflexo natural e promissor.
Que enigma é este, que nos fixa um olhar?
Texto & Curadoria de: Fernanda Aiub Branchelli
Curadorias: Espaço Arte no Café - Gaby Benedyct
Pinturas de: Gaby Benedyct
Estudante de Pintura no Instituto de Artes – UFRGS
Urbanidade
A questão da urbanidade, na obra de Gaby, está presente tanto nas cores (com a presença repetida do vermelho e do preto e nas leituras que podemos fazer de suas simbologias: o escuro, as sombras, o misterioso, a morte e a vida, a paixão,...), como na escolha do objeto de estudo (as garrafas, o brindar, o celebrar,..). Este caráter urbano é reforçado pelo formato que dá às criações (triângulos regulares e irregulares, retângulos, quadrados rompidos,...).
A pesquisa da artista parte de objetos que contêm coisas, espaços; universos contidos no dentro e fora de um recipiente, este conceito está manifestado nas pinturas que produz e também na forma como apresenta tais conceitos à nós.
No início da produção em Artes Visuais, como observamos em parte desta mostra, seu trabalho se limitou a representação de forma estilizada de garrafas e aos conceitos que rondam tais objetos, o spray aparecia em algum detalhe, utilizou-se de tons frio, e limitou-se ao suporte retangular, o tradicional na forma de representação.
Hoje, porém, notamos que suas tímidas garrafas se emanciparam a um universo rico, seja através da construção espacial das formas geométricas que adotara como suporte, ou na maneira que trabalha as linhas sobrepostas nos quadros. Onde transparências surgem junto a novos tons, proporcionados pelo spray, apresentando-nos elementos, que nos levam a criar cenários, a construir cenas do urbano, dos ares noturnos, das celebrações da vida,...
Nos suportes com novos formatos interfere diretamente no espaço real, notando-se um interesse particular em transcender o tradicional suporte, limitador, que adotara anteriormente. Fato que demonstra um detalhe pertinente e importante no conceito plástico de sua produção a ser continuado. Gaby Benedyct, a artista,convida-nos a um tim-tim íntimo com suas obras; unindo plástica e música, que são um reflexo do seu eu, e de sua atração pelo urbano mundo que conhece.
Texto & Curadoria de: Fernanda Aiub Branchelli
Curadorias: Espaço Arte no Café - Cristiane Ramos
Gravuras de: Cristiane Gehling Ramos Artista Plástica - Graduada UFPEL / ILA
Gravando o Homem Contemporâneo
O universo das matrizes se une ao fotográfico, nasce aqui, o fazer na obra de Cristiane Ramos. Encontramos, nesta mostra, gravuras em metal, serigrafias e litografias. A artista, graduada em gravura pela Universidade Federal de Pelotas, Instituto de Letras e Artes, compartilha conosco, durante este mês, seu projeto de Graduação, cuja orientação foi de Helena kanaan.
O projeto plástico intitulado pela artista, Camuflagens Humanas, trata em seu conteúdo das relações entre símbolos que podem representar o Homem Contemporâneo.
Nesta série ela utiliza a árvore como disfarce ao homem preso a vícios, neuroses e insatisfações.
A forma como Cristiane transforma o Homem em árvore é, a principio, muito sutil, surgem figueiras com raízes em tons claros como num teste de psicologia aplicada, porém, mais ao final do projeto presenciamos detalhes de copas de figueiras (obtidos por fotografia) com cores expressivas e vibrantes, onde ela se fixa até o término da série.
Na psicologia a copa da árvore representa a cabeça, o intelecto, o inconsciente, nossos projetos, sonhos, realizações. Na pesquisa da artista notamos um interesse em salientar o superior, em fazer com que fixemos o olhar num detalhe que não se encontra na faixa do olhar, o enxergar nas entre linhas das coisas a busca inconsciente para uma vida melhor no dia-a-dia. Inúmeras leituras pode-se fazer de sua obra, aceitemos o convite que ela nos faz, observando a natureza do homem contemporâneo, através de suas copas .
Texto & Curadoria de: Fernanda Aiub Branchelli
Curadorias: Espaço Arte no Café - Arnaldo Sartori
Convenções do Sonho
(de 23/09/2003 à 24/10/2003)
Neste mês presenciaremos na mostra de Arnaldo Sartori parte de seu sonho - através de imagens místicas - são nove desenhos os eleitos; o artista possui amplo acervo que trata das convenções do sonho.
A questão do sonho (do místico) me parece indissociável destas obras, o ar de mistério presente tanto nas figuras – os castelos, nuvens, luas - como no grafite do lápis me transpõe a outro universo, o universo único da imaginação.
A questão do sonho sempre existiu na arte tanto no surrealismo como anteriormente no romantismo, e parte significativa desta influência encontramos nesta mostra pois vislumbramos paisagens possuidoras de um mistério particular constituídas de cenas medievais ou futuristas - tipo em mundos existentes no filme Guerra nas Estrelas.
O artista (autodidata) cria estes universos tendo fidelidade absoluta a sua imaginação. E nesta exposição nos convida a adentrar em seu universo particular, a sonhar um pouco de seu sonho, a sonharmos, literalmente, acordados. Fazendo com que o nosso olhar se feche um pouco às atribulações do
Texto & Curadoria de: Fernanda Aiub Branchelli
Curadorias: Espaço Arte no Café - Jussara Moreira
“Visibilidade” exposição da artista no DMAE / 2000.
Artista Plástica graduada em Desenho e Fotografia pelo Instituto de Artes – UFRGS
VISIBILIDADE II
Manchas e linhas constituem os guaches sobre papel; fragmentos restam como obra em si, signos. Arte abstrata...
Partiu, Jussara Moreira, no início da sua pesquisa plástica, dos símbolos e grafismos dos índios. Hoje, desta influência, resta-nos uma linguagem própria da artista, um código, lembrando-nos dos abstracionistas calígrafos, particularmente, da obra de Georges Mathieu, onde há uma linguagem composta por grafismos não definidos (como uma escrita em início, rabiscos...) intercalando-se a manchas, em sobre-tons e transparências.
A escolha do guache (pigmento a base de água que permite transparência) e o sobrepor de tinta translúcida junto a grafismos e linhas, revelam nuances de uma influência da arte oriental, com aquela leveza que lhe é particular e insubstituível. Estamos diante de pinturas delicadas, onde cada uma possui seu particular valor.
A natureza transposta para o papel em luz e linhas justifica a poesia dos
A poesia está ao nosso olhar, sua leitura requer contemplação.
Texto & Curadoria de: Fernanda Aiub Branchelli